16.09.201906:33:00UTC+00China mostra sinais de recuperação sob guerra comercial, pressões mais fracas da demanda

A produção industrial da China cresceu no ritmo mais fraco em 17 anos e meio em agosto e a expansão das vendas no varejo desacelerou inesperadamente, enquanto o governo sinalizou que será difícil manter o crescimento acima de 6%, à medida que a economia tenta lidar com isso. enfraquecimento da demanda global e os efeitos adversos de uma guerra comercial com os Estados Unidos. A produção industrial aumentou 4,4% em relação ao ano anterior, o ritmo mais fraco desde fevereiro de 2002, segundo dados preliminares do Escritório Nacional de Estatísticas. O ritmo mais recente de crescimento da produção foi o mais fraco desde fevereiro de 2002. Os economistas esperavam que a taxa melhorasse para 5,2%, ante 4,8% observados em julho. Entre as principais categorias, a produção industrial cresceu 4,3% e a do setor de mineração, 3,7%. A produção de utilitários aumentou 5,9%. As vendas no varejo aumentaram 7,5% ao ano em agosto, após um aumento de 7,6% em julho, mostraram dados separados da NBS. Os economistas esperavam que as vendas crescessem mais rapidamente, 7,9%. No segundo trimestre, a "economia" da China se expandiu no ritmo mais lento em 27 anos. O PIB avançou 6,2% em relação ao ano anterior. Em entrevista à agência de notícias estatal russa TASS, publicada no domingo, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, disse que a economia chinesa continua sua expansão sustentável. No entanto, manter taxas de crescimento acelerado de mais de seis por cento em meio à incerta situação global é uma tarefa bastante difícil para uma grande economia como a China, acrescentou. A tensão comercial entre China e EUA quase não diminuiu. A situação se deteriorou significativamente em agosto, com o presidente dos EUA, Donald Trump, propondo novas tarifas sobre os US $ 300 bilhões restantes em produtos chineses. Intensificando as tensões comerciais, Trump classificou a China de "manipulador de moeda" no início de agosto, depois que o yuan chinês caiu abaixo do valor psicologicamente significativo de sete em relação ao dólar norte-americano pela primeira vez desde 2008, em 5 de agosto. Posteriormente, o Tesouro dos EUA atribuiu o status de manipulador de moeda à China pela primeira vez desde 1994. Em 1º de setembro, as tarifas anunciadas anteriormente sobre as importações chinesas de cerca de US $ 112 bilhões entraram em vigor, além da cobrança do valor de US $ 250 bilhões em importações. O governo Trump também ameaçou tarifas adicionais sobre os produtos chineses de 1º de outubro a 15 de dezembro. A China retaliou impondo tarifas sobre algumas importações dos EUA e ameaçou mais. Em 7 de setembro, o Banco Popular da China reduziu pela terceira vez este ano o índice de reservas compulsórias até o momento para impulsionar os empréstimos para apoiar a desaceleração da economia. Os economistas também esperam que o PBoC reduza as taxas de juros, já nesta semana. Em outros dados divulgados na segunda-feira, o investimento em ativos fixos cresceu 5,5% ano a ano no período de janeiro a agosto, o que foi mais lento do que os 5,6% previstos pelos analistas. O investimento imobiliário aumentou 10,5% nos primeiros oito meses do ano, contra 10,6% no período de janeiro a julho. A taxa nacional de desemprego urbano foi de 5,2% em agosto, ante 5,3% em julho. As incertezas globais aumentaram significativamente e as contradições estruturais na economia doméstica permanecem proeminentes, aumentando a pressão negativa sobre a economia, disse o NBS. "Os dados de agosto são muito fracos, mesmo com o apoio maciço ao investimento em infraestrutura", disse a economista do ING Iris Pang. "Mesmo se houver estímulo fiscal contínuo, o dano causado pela guerra comercial continuará sendo significativo e prejudicará ainda mais os exportadores", acrescentou. O economista espera mais estímulos do governo. O ING reduziu sua previsão de crescimento chinês para este ano para 6%, de 6,3%.